O deserto é o ambiente de revelação, estranho genética e fisiologicamente, sensorialmente austero, esteticamente abstrato, historicamente hostil. [...] Suas formas são nítidas e sugestivas. A mente é assediada por luz e espaço, a novidade cinestésica da aridez, alta temperatura e vento. O céu do deserto é abarcante, majestoso, terrível. Em outros hábitats, a linha do céu acima do horizonte é quebrada ou obscurecida; aqui, junto com a parte acima da cabeça, é infinitamente mais vasta do que a do campo ondulado e a das florestas. [...] Num céu desobstruído, as nuvens parecem mais imponentes, refletindo às vezes a curvatura da Terra em suas concavidades inferiores. A angulosidade das formas terrestres do deserto empresta uma arquitetura monumental tanto à terra como às nuvens. [...]
PAUL SHEPARD
HOMEM NA PAISAGEM:
UMA VISÃO HISTÓRIA DA ESTÉTICA DA NATUREZA
2 comentários:
Fazia tanto tempo que não acessava meu blog e passava por aqui... Seus posts continuam ótimos!
Até mais.
Ei moça!
To adorando teu blog. Este livro eu não conhecia, vou adicionar à minha fila de leitura, que já tá enorme...
Gostei dos outros "posts" também. Seus fragmentos de textos, com a citação de outros autores (Fernanda Porto, Nilton Bonder, este último eu não conhecia), são uma combinação muito feliz.
Vou acompanhar e fazer comentários.
Beijos!
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