sábado, 31 de março de 2007

Meu 100º Post

Vocês conhecem alguém que é metido a falar difícil?

Falam tão difícil que se "embanánám" todo?

Pois, que o meu amigo Carro Velho é estrogonóficamente inoxidável, clique aqui para ver o vídeo.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Dinamização da libido

Percebo que as pessoas têm inveja do meu "tesão" para fazer as coisas. Mas fazer o quê? Sinto prazer em viver a vida.

Danem-se elas.

domingo, 18 de março de 2007

sábado, 17 de março de 2007

"Late Evening", Irene Sheri

Ter beleza é ser real.
A realeza é a sua beleza.

(...)

Haverá um tempo em que muitos procurarão, nas prateleiras dos supermercados, A REAL BELEZA para comprar.

A Campanha Pela Real Beleza da DOVE explica bem isto, para ver o vídeo clique aqui.

Divulguem!

As mulheres merecem saber que são admiradas pelas suas reais belezas.


PS: Para mim as bruxas ainda existem: são as revistas de beleza.

terça-feira, 13 de março de 2007

Lúcido Sonho

Corri, corri e corri.

Quando percebi estava correndo em cima de uma esteira. Eu dava um passo maior que o outro. O suor escorria por todo o meu corpo, formando poças imundas. Só pensava em correr. E, novamente, alguém dizia:

— Mais rápido! Mais rápido!

O tempo era um trem e ao me virar para vê-lo escorreguei na lagoa formada pela minha transpiração. Escorreguei e ao invés de cair, voei. Parecia até que tinha asas, balançava os meus braços numa perfeita harmonia. Nem medo de altura eu tinha. Voei tão depressa que a minha roupa saiu do corpo, elas foram parar numa nuvem que passava por ali e ao me virar...

— Caramba! Olha para onde voa – disse um pato negro e mal amado.

Pedi desculpas por tê-lo atropelado e sua esposa, a pata, tapava os olhos dele, resmungando coisas do tipo: “Nem o céu está livre, quanta perversão. Ó céus!”.

Nem liguei. Queria recuperar minha calcinha que estava perdida em alguma nuvem. Porque, confesso, voar dá um certo friozinho na barriga e imagine lá.

O céu era lindo. Não, não era. Eu nada vejo mais. Nossa, que escuro. Oh! Isto é uma escada? Sim, vou subir e saber aonde é que vai dar. Só que toda vez que subia dava a impressão de que descia. Setas de néon foram aparecendo, elas indicavam de cabeça para baixo: NORTE, SUL, LESTE e OESTE. Acho até que gostavam de me confundir, eu não sei me guiar, não sei onde fica o sul pior ainda onde fica o leste.

No meio do caminho, na verdade não sei precisar se era no meio mesmo, apareceu uma cigarra, ela era igualzinha a que a tia Solange contava nas histórias, no pré. Aquela cigarra cantava, viu?! Mil anos se passou e ela continuava a cantar afinadíssima.

— O quêeeeeeeeeeeeeee? Mil anos?

Aquela fonte era realmente da juventude. Quero dizer, da longevidade. Ah! Mas estou mais bela, maravilhosa com meus cabelos compridos e grisalhos.

— Ai, está me machucando.
— Desculpe-me, querida. Escalar o seu cabelo foi a única maneira que encontrei para chegar até você.
— Você é um príncipe?
— Sim, sou. Você não vê? Sou forte, belo e sou o maior arqueiro deste reino.
— Argh! Você veio aparecer agora, te esperei tanto tempo, agora prefiro beijar o sapo?!
— Mas, mas eu sou o seu príncipe e você minha princesa. Nascemos um para o outro e agora que nos encontramos poderemos viver felizes para sempre. Teremos nossos filhos...
— Ha! Ha! Ha! Você é um príncipe encantador, quero dizer, príncipe encantado. Encare os fatos, eu já estou velha – fiz uma careta para espantá-lo e ele correu milhas e milhas distante de mim.

A noite chegou devorando as minhas mãos com o escuro.

— Socoooooorro!

O vazio, sei lá o escuro, ah! não sei, algo me entristeceu e me tranquei no banheiro, sentei na privada e chorei.

Chorei, chorei e chorei.

Na piscina formada, flutuava folhas secas que exalavam certo frescor. Fiquei atenta ao burburinho e era, novamente aquele príncipe idiota:
— Vim fazer-lhe uma surpresa, amor da minha vida. Pelo caminho afora encontrei uma senhora já bem velha, coitada. Quero dizer, que me ensinou a fazer este banho romântico. E pediu para que eu tivesse paciência, pois a minha amada só está estressada.
— Estressada, eu? — alterei a voz. Como pode acreditar numa velha, seu estúpido?!

Agarrei-o e enfie a sua cabeça debaixo d’água e segurei durante duas horas. Só o levantei porque meus dedos estavam enrugados e a minha unha já fraca. De repente, saltitando, apareceu uma lixa. Uma lixa enorme colossal e foi com ela que aparei todas as minhas unhas: da mão e do pé. Cada vez que tentava agarrar o pé, para lixar as unhas, eu fazia um abdominal. Me empolguei tanto que fiz mais 299 abdominais e 300 flexões de braço, quando olhei para o lado havia uma rodinha de formigas maravilhadas. Abri a boca quando tomei um susto ao ver aquele mundaréu de formiguinhas bundudas:

— Você pode nos ajudar?
— Ajudar com o quê?
— É que precisamos atravessar o rio, o rio Chorão. Como você tem braços fortes e nós contamos, foram 312 flexões. As doze últimas quase não saiu, mas tudo bem. É, quer dizer...! Nós gostaríamos que você esticasse o braço até que completemos a travessia. Pode nos ajudar?
— Eu topo, me mostre o caminho.

Caminhamos, caminhamos e caminhamos.

Até que chegamos no rio Chorão. Ele era pouco menor do que o meu braço e elas foram passando. Tão bonitinhas, as mamães levavam os seus filhotes, que esses entrelaçavam as anteninhas com as dos seus irmãozinhos. Assim passou, uma de cada vez. Eu me perdi na contagem, mas quando recontei passaram 297.666.551 bundudas, não, formigas.

Meu corpo cansou e desabou. Aquelas minúsculas criaturas se transformaram em chumbo. Ali mesmo adormeci. Dormi tanto, mais tanto que chego a duvidar se realmente dormi. Só acordei com o sol gritando em meu ouvido: “Volte, volte”. Mais um louco, ele usava óculos escuro e bebia água de coco de caixinha. Perguntei para onde deveria voltar e me ele ignorou. Gritei mais alto, pulei, dancei e caí. Caí porque não agüentava mais de calor. Mas desta vez passei do chão e rodopiei e não me lembro de mais nada, a não ser das fotos que meus olhos tiraram ao se abrirem.

Vi uma casa rosa com jardim de rosas cor de rosa. Resolvi entrar com a recepção da chaminé soltando fumaça: “Seja bem-vinda!”. Fui apertar a campainha e segundos antes do meu dedo tocar, li o cartaz:

— Entre sem fazer barulho.

Ao completar cinco passos, ouvi um som familiar, “PASSA-PASSA-PASSA”, era o tempo, quero dizer o trem. Era um trem fantasma, não tinha trilha, e embarquei. Visitamos a cozinha, que estranhamente era rosa, e me lambuzei de sorvete passas ao rum. Depois, conhecemos a sala que mais parecia uma biblioteca, havia muitos livros empoeirados e sem me conter passei o dedo pela estante enquanto o trem passava e daí surgiu uma grandiosa nuvem de poeira.

Tossi, me cocei, ri, apertei os olhos, apertei as mãos e novamente ouvi a voz misteriosa e chata, por isso corri, corri e corri. Quando percebi...

quinta-feira, 8 de março de 2007