sexta-feira, 25 de abril de 2008

Maduro

Eram troncos de árvores. Não. Eram mulheres fortes, que carregavam no ventre a sensibilidade de uma vida, enfeitadas por copas tons de verde que bailavam ao vento. Não. Eram árvores que amadureceriam o fruto.

sábado, 19 de abril de 2008

Épocas de Orkut

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Para o semi-deus Elton.
Da deusa bifronte que lhe roubou a alma.

METADE DA MINHA ALMA É FEITA DE TAMARA.
E A OUTRA METADE É FEITA DE ELTON.

Minha alma sem vergonha,
andava desnuda pelas montanhas.
Perambulava de um jeito bem tamaresco.
Até que encontrei o mar e,
chamando atenção de néon,
encontrei o Ton.
Ele era um semideus.
Heroicamente conhecido por trazer alegria aos seus.
Tal foi a inveja que senti que roubei-lhe a alma.
E foi no mar que aprendi o gosto da forma bela.
E minha alma se transformou no reflexo da alma de Ton.

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Quando eu conheci a Joy, estava num bar de concreto sujo e vento forte violento. Ela gritava pelas ruas que não é escrava de ninguém. Dizia que tem valor e que os dias são desleais. Mas, quando a vi, enxerguei uma mulher de olhos amendoados e com o olhar esperançoso. Diziam até que ela era perseguida por uma porra-louca, com movimentos tamarescos. Só não sei se fazia parte da lenda. E desde aquele dia, eu passei a andar lado a lado com Joyce Dantas, admirando-a. Apoiando quando necessário, lutando por ela e contra os demônios dela, sempre torcendo para que sua vida se eternize até os confins e fazendo poucos questionamentos sobre Tamara Queiroz.

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Para o amigo enigmático.
De sua fiel amiga porra-louca.

Estávamos nós dois, eu e o Will, sentados no banco de uma praça quando surgiu um escalafobético casal gay. Eles riam espalhafatosamente, eram do tipo que chamavam a atenção. Não olhamos para eles e continuamos a nossa conversa. Não olhamos até o momento em que um deles resolveu acenar e perguntar se éramos também um casal. Rimos da cara dele, o cara era tão antiquado, tadinho. Dissemos à eles que abrimos uma conta bancária conjunta, onde depositamos dia-a-dia: confiança, admiração, carinho, preocupação, autenticidade, honestidade, alegria... e que nossa amizade sobrevive desta renda. Então, os dois riram escandalosamente e partiram nos chamando de loucos.

No ar

Ternura!

Infinita!

Jogos de luz e sombra!

Fragrâncias: cedro, canela, gerânio, capim cidreira, gengibre, tangerina, gergelim, ameixa, cravo, sândalo, maçã, coentro...!

Ângulo mais bonito!

Profundo!

Incêndio!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Silent Mondo

Attendo con ansia l'unica zona a contenere solo a me. Tutti i stanchezza scompaiono dal mio corpo e la mia mente è libera. Infatti, vado avanti ...

(desconhecido)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Primeiro semestre



Entre avenida e portões. Muros e pensamentos. Passos solitários e buzinas. Sinais azul-céu. Piar e fumaça. Olhares invejosos. Vento sujo. Troncos e orvalhos em folhas verdes. Ponteiros e bagagem. Abraço e concreto. Alarme de desordem e música para a pele.


Tudo absorvido.
Vários sentidos provocados no ato de pôr ao través da rua.

domingo, 13 de abril de 2008

sábado, 12 de abril de 2008

Noite solta

As minhas emoções fluem.

Eu dou a volta pela vida.

Liberto minha mente e o prazer vem suavemente.






De repente, dou-me conta que estou a ouvir Erykah Badu (soul).

domingo, 6 de abril de 2008

Tentativas

(para Nine)

Sem pedir licença...
... interiorizei-me na sua mente.
... agarrei com força o vazio doloroso que invadiu o seu peito.
... matizei a sua metade preto e branco.
... diminui a intensidade do nó da sua garganta.
... reavivei suas boas lembranças.
... abracei o seu coração, expulsando o tormento que nele habitava...

AMIGA, transcendemos.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Encontros e desencontros

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Na tumultuada Marechal, uma senhora de cabelos grisalhos pousa a mão suavemente em meu ombro direito. Viro-me para trás e sorrio.

Ela tocou-me novamente e apontou o dedo em direção ao meu coração* dizendo:

- Essa marca desaparecerá a medida que sorrir. Os seus amigos admiram o seu sorriso, mas desconhecem o motivo.

Ela virou-se, olhou para trás e sorriu.

Eu fiquei imóvel, senti toda a dimensão do vasto ambiente que me encontrava, até que despertei com um esbarrão.

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Já era tarde, quando conversava com um amigo que disparou:

- Você precisa ser misteriosa. Isso a tornaria mais atraente.

Eu permiti que ele dissertasse sobre o seu ponto de vista, que durou a viagem, de ônibus, de 16 quilômetros. Talvez, porque me perdi em pensamentos:

- De um lado, uma pessoa inventivamente misteriosa e, do outro lado, uma pessoa criando teorias sobre a outra. Cada uma vivendo realidades e também mistérios diferentes, distanciando-se cada vez mais.

Eu opto por ser transparente e não atrair realidades desvirtuadas.

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*não se limite em acreditar que assuntos do coração só se referem a paixões e amores.