sábado, 30 de agosto de 2008

Diário de bordo

O dia presente:

Da alavanca à catapulta.
Muito bem articulado!

O dia passado:

O círculo de luz que coloriu, momentaneamente, o meu sorriso amarelo.
O Halo Solar foi quem me fez a(es)quecer a falta de respeito de outrém para comigo.

O dia futuro:

A sabedoria natural do meu corpo lê o arrepio sutil nos olhos dele.
Aquele seu abraço monu-mentalMENTE que reservas para mim.

Como um dia é diferente...


terça-feira, 26 de agosto de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

Ela

Por Elvis Costello

Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer
O caminho para o prazer ou para o desgosto
Pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar
Ela pode ser a música de verão
Pode ser o frio que o outono traz
Pode ser cem coisas diferentes
Em um dia

Ela pode ser a bela ou a fera
Pode ser a fome ou a abundância
Pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno

Ela pode ser o espelho de todos os meus sonhos
Um sorriso refletido em um rio
Ela pode não ser o que ela parece
Dentro dela mesma

Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão.
De quem os olhos parecem tão secretos e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los quando eles choram

Ela pode ser o amor, que não espera que dure.
Pode vir a mim das sombras do passado.
Que eu irei me lembrar até o dia de minha morte

Ela pode ser a razão pela qual eu vivo
O porquê e pelo que eu estou vivendo
A pessoa que cuidarei nos tempos e nas horas mais difícieis

Eu irei levar as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas as minhas lembranças
Para onde ela for, eu tenho que estar lá
O sentido da minha vida é ela
Ela... oh, ela

sábado, 23 de agosto de 2008

Testarudo

Se você só ouve o que espera ouvir, não é preciso dizer que é surdo.



















Quero narrar uma história desinteressante e constante:

Despertava cansada às 7h15.
Pressionava parar.
Selecionava o alarme.
Despertava cansada às 7h30.
Pressionava parar.
Selecionava o alarme.
Despertava cansada às 7h45.
Pressionava parar.

— Aaai, estou atrasada para o trabalho!



[Alguém tem anti-cansaço sobrando?
Está em falta na drogaria.]

sábado, 9 de agosto de 2008

Bendigo filho meu!

As pernas em sukhásana sustentam o corpo firme e alongado. As mãos em Shiva mudrá envolvem a barriga de 7 meses. Os seios fartos e robustos emolduram-lhe quais jóias raras. Os lábios pintam um sutil e enigmático sorriso avermelhado. Os cabelos soltos ao vento dos ombros. O arrepio dos pêlos conferindo-lhe mais quietude. Os sentidos conscientes escutam as vivazes pulsações cardíacas – é o ser que desabrocha e movimenta dentro do seu ser. O ouvido esquerdo condescende ao seu próprio coração. O direito une-se ao pequenino coração fecundo – uma perfeita dissonante suavidade. Seus olhos interiorizados acompanham o subir e descer do abdómen. O ar expelido por ele hipnotiza sua pele ouriçada. Os dedos intensos tocam ternura pelo corpo formado eqüidistante. Ela o beija tacitamente e o espera nascer mergulhada na paciência do instante.


Ouça junto: Suíte nº 1

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sem emoção

Noiva sem sorriso (?)
Noivo roubando a cena (?)



Vou abrir
loja de Emoção
pra vender
pra essa gente

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Valete Maluco

As minhas amigas apenas se interessavam pelas cartas. Eu não agüentava mais aquele jogo sem-fim, Valete Maluco. Montei na bike e pedalei pelo bairro. Não resisti e, no fim da tarde, fui a praia mesmo cinza. Chegando lá, encontrei uma rodinha de meninos, de 7 ou 8 anos, jogando bola. Sentei-me ao lado de um que estava fora da roda. Em pouco tempo, chamaram-me para jogar e topei, dizendo: “Jogo mal. Muito mal”. Tiramos o time e até fiz gol. Levei uns rolés e outros olés. Mas estava contente com a minha performance. Avistei o menininho fora da roda, um tanto tristonho, e voltei a sentar. “Diz aí, está com medo?”. Ele ficou azul de vergonha. E eis que surge uma voz falante daquele corpo: "Tenho medo das pessoas. Elas gritam. Se irritam. Estão sempre sérias e ocupadas”. Eu apenas sorri, como a dizer que também lamentava. Ele, por sua vez, continuou: “Você não é uma pessoa, né?! Você também ri”. Novamente, eu sorri. Levantei-o, chacoalhei o corpo e fomos futebolar.