quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Algum Sentido

(um dedo de Pessoa)


Da janela só um girassol.

No não lá-fora chove.

O vento varre a idéia do perfume da saia de flores murchas estampadas.

Sente-se o ar sorrir: é alguém que vai entrar pela porta.

A transparência das cores das flores acende o som da chuva que o alaga por dentro.

O espaço pára, escorrega, desembrulha-se.

Bailam lá fora redemoinhos de sol, cavalos de carrossel, árvores, pedras, montes, noite absoluta de luar no dia de sol lá fora.

De repente, sacode esta hora dupla como uma peneira misturando o pó das duas realidades.





centopéia pipoca murcha
macacos bate-bate avenidas pretinho original

domingo, 12 de outubro de 2008

Nuvens mudas.
Tagarelam sobre o pássaro cinza.
Pousado no dourado tronco oculto de folhas.
Que se insinua para a agasalhada casa.
De seres genuínos.
Vislumbrantes de nuvens mudas.


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Resposta I:
Estou de pazes com o prazer e, conseqüentemente, comigo mesma
(quanto mais me pareço comigo mesma, mais as coisas mudam!).
Neste estado não se valoriza as qualidades ou os defeitos,
tampouco se preocupa,
porque eles são criações irreais
para justificar o fracasso ou o sucesso humano.

Resposta II:
Não consumo bebida alcóolica porque aprecio a alegria sincera.
Isto inclui não degustar as trufas com rum da mamãe,
tomar champanhe no Natal ou "molhar o bico" no vinhozinho.
Em compensação a-do-ro sucos exóticos, tais como:
abacaxi com cardamomo, goiaba com gengibre e manga com maracujá.

Resposta III:
Não universalizo.
Gosto do dualismo.