terça-feira, 13 de julho de 2010

Além do cinza da cidade

Ela cai. Lenta. Como a parar o tempo graciosamente. Exalando cores aveludadas. Ao tocar o solo, torna completo o brando tapete de flores cor-de-rosa. E fica lá no alto, galhos secos a exibir distinta beleza, prenúncio do inverno.


terça-feira, 6 de julho de 2010

LENDO: Na natureza selvagem

O deserto é o ambiente de revelação, estranho genética e fisiologicamente, sensorialmente austero, esteticamente abstrato, historicamente hostil. [...] Suas formas são nítidas e sugestivas. A mente é assediada por luz e espaço, a novidade cinestésica da aridez, alta temperatura e vento. O céu do deserto é abarcante, majestoso, terrível. Em outros hábitats, a linha do céu acima do horizonte é quebrada ou obscurecida; aqui, junto com a parte acima da cabeça, é infinitamente mais vasta do que a do campo ondulado e a das florestas. [...] Num céu desobstruído, as nuvens parecem mais imponentes, refletindo às vezes a curvatura da Terra em suas concavidades inferiores. A angulosidade das formas terrestres do deserto empresta uma arquitetura monumental tanto à terra como às nuvens. [...]


PAUL SHEPARD
HOMEM NA PAISAGEM:
UMA VISÃO HISTÓRIA DA ESTÉTICA DA NATUREZA