terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Cegos olhos

Ela acorda no hospital, a doutora pergunta:
- Sara, você se lembra de alguma coisa?
- Estávamos no trem, rindo. E... rindo.
- Você não tomou nenhum sedativo?
- Não. Não uso drogas. Pai, eu não uso drogas - quase chorando.
- Eu sei minha filha - que interrompe e leva a médica para fora do quarto.
- Doutora, por favor, não conte a ela. Ainda é uma garota, tem apenas treze anos.
- Mas precisamos saber. É provável que tenha sido estuprada. Pode estar grávida, com DST.
- Por favor, eu me responsabilizo por tudo. Eu não pude protegê-la e ela não sabe disso. Deixe-me fazer agora.
Horas depois, sozinhas:
- Não poderei mais lavar o cabelo? - pergunta Sara.
- Só por uns dias.
- Você gosta de ser médica?
- Alguns dias são melhores que outros...
- Ver um monte de pessoas nuas, todo dia, deve ser horrível.
- Ah. Eu não gosto de peludos.
As duas dão risadas e logo o silêncio invade o local.
- O seu pai já sabe, tive que contar.
- Do quê?
- Há sinal de abuso. E fizemos o exame para testes.
- Você colocou a mão lá? E contou para ele?
Ela acena que sim, preocupada.
- Estúpida! Nós fazemos isso todos os finais de semana. Bebemos um pouco, beijamos e ... ECSTASY.
- Isso pode ser perigoso.
- Não, não é. Eles me adoram, me sinto linda e sempre transamos durante horas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

U2 - One (tradução)

O show foi sensacional e resolvi selecionar esta música porque "fala de tudo um pouco" do que está acontecendo comigo...

Um

Está melhorando
{DEve estar, realmente}
Ou você ainda sente a mesma coisa?
As coisas vão ficar mais fáceis para você
agora que você tem alguém para culpar?

Você diz
Um amor
Uma vida
Quando é alguém que à noite precisa
De um amor
Temos que compartilhá-lo
Ele te abandona, babe
Se você não cuida dele

Eu te decepcionei?
Ou deixei um gosto ruim em sua boca?
Você age como quem nunca teve um amor
E quer que eu continue sem nenhum

Bem, é muito tarde
{Sim, o tempo já não importa}
Esta noite
Para trazer o passado à tona

Somos um
Mas não somos os mesmos
{E você sabia disso}
Temos que carregar um ao outro
Carregar um ao outro
Um...

Você veio aqui pelo perdão?
Você veio levantar os mortos?
Você veio aqui brincar de Jesus
para os leprosos que você inventa?
{Seu mundo fAntástico}

Eu te pedi muito?
{Para confiar em mim?}
Mais do que devia?
{Não, isso não é preciso pedir}
Você não me deu nada
Agora é tudo que eu tenho

Somos um
Mas não somos os mesmos
Ferimos um ao outro
E estamos fazendo de novo

Você diz
O amor é um templo
O amor é a lei suprema
O amor é um templo
O amor é a lei suprema

Você me pede para entrar
E então você me faz rastejar
E eu não posso continuar me agarrando ao que você tem
Quando tudo que você tem são feridas

Um amor
Um sangue
Uma vida
Você tem que fazer o que deve

Uma vida
Entre si
Irmãs
Irmãos
Uma vida

Mas não somos os mesmos
Temos que carregar um ao outro
Carregar um ao outro
{Na lembrança}

Um
{um? Para sempre}

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Surto iLegal

Aos dezesseis anos já era homem. Por ela eu girei e andei por outro caminho. Mudei para o apartamento dela e sempre a fazia dormir ao acariciar os seus cabelos.
Era tudo mágico. Eu me sentia feliz com as pequenas coisas. Até que na sexagésima noite ela me entregou um cobertor e se embrulhou com outro. Era a primeira vez que não dormíamos abraçados.
Na manhã seguinte, ela parecia que trabalhava em torno do relógio. Me olhava e seus olhos atravessam e enxergavam somente a prateleira atrás de mim, não conseguia me encarar. Sem ela eu me sentia como um pé sem meia.
Inevitavelmente, a convivência se tornou insuportável, as brigas constantes, eu não agüentava sentir tanto desejo e receber apenas desprezo.
Então, saí, no meio da madrugada, ela deitada, eu completamente confuso, só pensava no quanto o mundo era mais largo do que o cúbico apartamento em que vivíamos. Dei três tragadas e joguei o maço na rua. Saquei da jaqueta uma "boa idéia" e ao beijar a boca da garrafa, aproximando de um carro, na esquina, tive uma outra idéia: sem muito esforço (ossos do ofício), entrei e dirigi sem parar. Olhava no retrovisor, não havia nada nem ninguém atrás de mim e como eu não acredito em tudo o que vejo, acelerei e corri feito louco. Até que parei no sinal vermelho, resolvi ligar o rádio e tocou:
Love, love, love
Love, love, love
Love, love, love

- All you need is love do Oasis. Uhuuuuuuu! - gritei.
Parti novamente, andando de acordo com o lado que o vento soprava. Daí, uma nova idéia surgiu:
- Há muitas coisas que eu gostaria de saber e há muitos lugares que desejo ver...
Pois, levei o carro exatamente no lugar onde estava, nunca mais voltei para ela nem roubei carros.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Algumas noites não nasceram para serem dormidas - como esta.
Alguns silêncios ardem-me os ouvidos.
Algumas inverdades acomodam-se, penetram-se sem querer.
Alguns nascem em um instante e fogem numa noite, em silêncio, com suas inverdades.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Há quem ri das desgraças da vida


Um carro desgovernado, capotou e "pegou" todas as pessoas que estavam na fila da lotérica.

Há ainda quem não acredita na SORTE.

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Ex-cabelo cacheado e volumoso que só usava prendido por um rabo-de-cavalo

Agora, me despeço do HSBC Seguros e sigo para o novo desafio que é a Itaú Seguros de cabelo novo. Tudo novo!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Célebre Platonismo

Descobrimos que tudo era de mentirinha. E fizemos de conta que nada descobrimos.
Presentemente, o nosso amor enfeita a estante de Platão.

domingo, 5 de fevereiro de 2006

No mundo, um grande poeta perdeu.
Perdeu sua inspiração.
Por conta da sua imaginação.

Poeta bem ele é.
Finge tão bem a dor.
Finge tão bem o amor.

Amor???

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Non Sapere


Seu primeiro beijo.
Sua primeira vez.
Seu primeiro filho.
Sua primeira separação.
E ela não sabia o que fazer.