sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Corpo sussurrante


Toca minha pele a silente noite fria. Penduro meus ossos como quem se prepara para amanhecer. Lá do alto da figueira, um esqueleto reluz ao tempo do vento. Vibro ao chamado da terra molhada. Rodopio desabandonadamente sob o cenário dos astros. Levanto folhas, sementes, flores e frutos. E no ar... um perfume primaveril se move cadenciado, mudo e suspenso. Risos ecoam à chegada de gotas serenadas de luar. É bailado de luzes! A decorar-me um pouco mais de alma.