domingo, 13 de junho de 2010

Orgasmo

Possibilidade infinita de parar o tempo

A sexualidade ficou confinada à genitália. Está meramente local e não mais total.

As pessoas se fixaram na ejaculação e esqueceram do orgasmo.

Não há orgasmo porque o corpo não pulsa. Não participa com sua totalidade (lembra do poeta: "Para ser grande, sê inteiro"?).

Ah, mas quando PULSA dos dedos dos pés até a cabeça, quando todas as células do corpo DANÇAM, quando há uma ENORME orquestra dentro de você, quando tudo estiver VIBRANDO... então há o saboroso orgasmo!

É algo tão significante que, se reprimir, estará reprimindo a criatividade e a vida terá menos beleza, cor, textura e plenitude.


Música

É um nobre jogo entre sons e silêncio.


Beleza

Como era o mundo antes do espelho?


sábado, 12 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

No desencontro de se encontrar

Volume dos ombros. Segredando delícias. Olhos atinam querer. Num gosto sincero nos lábios. Saboreando bem a dois.










E eu aguardo confessadamente
Em temperaturas descontroladas nesse breu...
Quando levam embora a claridade do mundo lá fora, eu te guardo
Como uma fêmea prenha no trêmulo fosso, do meu umbigo rosado
Apenas prometa-me amor discreto e agudo
Quando novamente voltarem as luzes
— FERNANDA PORTO.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Arte

Ensaio sobre o pensamento tamaresco

Decepção. Eu acreditava em uma única pessoa. Jamais pensei que pudesse me desapontar com ela. Tenho intimidade com a intuição, porém não considerei seus alertas, pensava “Não, esta pessoa, não”. E mesmo assim ainda compreendo a falha dela. Ando confusa. Já não consigo mais distinguir a direção dos sentimentos. Às vezes, penso que estou decepcionada comigo mesma por não saber lidar com a situação. Ora ajo como se o problema não fosse meu (e realmente não é!). Ora ajo como se o problema fosse meu (mas também estou envolvida!). Aliás, não, não compreendo a falha, compreendo o que gerou a falha. Há várias alternativas e qual é a razão das pessoas escolherem sempre as mesmas? E pior, as erradas? Claro que as pessoas devem e podem errar. Sobretudo, certos erros podem e devem ser evitados. Porque é nítido que eles causarão sofrimento e arrependimento. Penso que quase toda gente deixou ter responsabilidade (uau, onde foi parar a sanidade moral, intelectual e cultural das pessoas?). Afinal, responsabilidade é a obrigação de responder pelas próprias ações. E, então, usam o famoso discurso: tudo que faço de errado é culpa de alguém. Muitos deixaram de agir e reagem a tudo e a todos, em cada minuto de suas vidas. Tornaram-se inertes, verdadeiras escravas das ocorrências. Definitivamente, não têm movimento próprio. Enquanto isso, eu cá estou, novamente, juntando caquinhos para criar um belíssimo mosaico.







As roupas que vestem de moral as intenções humanas
nos tornam prisioneiros de uma realidade que nos poda,
nos restringe e ameaça nossa sobrevivência. Poder enxergar-se
nu, no entanto, é uma traição ao animal consciente difícil de se bancar 
— NILTON BONDER.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Para não falar de amor

Eu estava lá. Sentada. A sorrir. Linda e gostosamente. Como quem acaba de sorver uma laranja madura. Sentido o frescor invadir-lhe o corpo. E estremecer. Estremecer só por estremecer.