sábado, 19 de abril de 2008

Épocas de Orkut

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Para o semi-deus Elton.
Da deusa bifronte que lhe roubou a alma.

METADE DA MINHA ALMA É FEITA DE TAMARA.
E A OUTRA METADE É FEITA DE ELTON.

Minha alma sem vergonha,
andava desnuda pelas montanhas.
Perambulava de um jeito bem tamaresco.
Até que encontrei o mar e,
chamando atenção de néon,
encontrei o Ton.
Ele era um semideus.
Heroicamente conhecido por trazer alegria aos seus.
Tal foi a inveja que senti que roubei-lhe a alma.
E foi no mar que aprendi o gosto da forma bela.
E minha alma se transformou no reflexo da alma de Ton.

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Quando eu conheci a Joy, estava num bar de concreto sujo e vento forte violento. Ela gritava pelas ruas que não é escrava de ninguém. Dizia que tem valor e que os dias são desleais. Mas, quando a vi, enxerguei uma mulher de olhos amendoados e com o olhar esperançoso. Diziam até que ela era perseguida por uma porra-louca, com movimentos tamarescos. Só não sei se fazia parte da lenda. E desde aquele dia, eu passei a andar lado a lado com Joyce Dantas, admirando-a. Apoiando quando necessário, lutando por ela e contra os demônios dela, sempre torcendo para que sua vida se eternize até os confins e fazendo poucos questionamentos sobre Tamara Queiroz.

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Para o amigo enigmático.
De sua fiel amiga porra-louca.

Estávamos nós dois, eu e o Will, sentados no banco de uma praça quando surgiu um escalafobético casal gay. Eles riam espalhafatosamente, eram do tipo que chamavam a atenção. Não olhamos para eles e continuamos a nossa conversa. Não olhamos até o momento em que um deles resolveu acenar e perguntar se éramos também um casal. Rimos da cara dele, o cara era tão antiquado, tadinho. Dissemos à eles que abrimos uma conta bancária conjunta, onde depositamos dia-a-dia: confiança, admiração, carinho, preocupação, autenticidade, honestidade, alegria... e que nossa amizade sobrevive desta renda. Então, os dois riram escandalosamente e partiram nos chamando de loucos.

4 comentários:

Janete Cardoso disse...

Menina, uma vez o Fanuel me chamou de sinestésica, porque sou sensível ao que acontece à distância... acabo de crer que é a mais pura verdade, seus testemunhos me arrepiaram e eu senti sua alma!
beijos

Anônimo disse...

Tamara,


Teu depoimento está belíssimo. Senti-me lá, vendo e ouvindo tudo!

E essa "conta-conjunta" das emoções, achei perfeita!

Abraços, flores, estrelas..

Felipe Fanuel disse...

Olá garota com nome de fruta!

Quanta história leio aqui! Quando eu era pequeno aprendi a diferença entre estória e história. Hoje isso não é mais ensinado. Quando leio textos como esses seus, entendo por que o verdadeiro e o falso se confundem tanto na vida da gente. Se o que escrevo é ficção ou realidade, não importa. Afinal, são as nossas reações leiturísticas que dirão do que é feito o bolo. Esse aqui deve ser de cenoura com cobertura de chocolate.

Beijocas.

Anônimo disse...

Que orgulho...