domingo, 26 de agosto de 2007

Mais uma indignação

"Um dia, um filósofo estava conversando com o Diabo* quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade ali caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado saiu correndo e gritando: 'Encontrei a verdade. Encontrei a verdade!'. Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse: 'Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe...'. Mas, seguro de si, o Diabo retrucou: 'Muito pelo contrário. Ele encontrou um pedaço da verdade. Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!'."

*Escrevo com letra maiúscula porque o Diabo tornou-se um produto. Por sinal, muito comercializado.

7 comentários:

Adam Flehr disse...

Tamara,
Perfeito.
Hoje em dia nós produzimos, envasamos, propagandeamos e vendemos este produto ao largo e depois procuramos alguém para culpar...

B-jos

Anônimo disse...

Tatá... Se o Diabo não existe, poderia o filosófo estar conversando com ele???
Seria ele o homem invisível??? Dakele filme cheio de super heróis???
Se ele for o homem invisível... seria o diabo um super herói??
hauHAUhauHAUahuHAU
BRINCADEIRINHA......
Te adoro amiga.
Beijos

Tamara Queiroz disse...

É verdade, Adão.

No fim, sempre culpamos alguém - como Freud explicou.

B-joletas

......
Eu também me fiz estas perguntas.

Eu postei esta historinha porque me fez lembrar de um texto que criei "De frente para o espelho"...

B-joletas, amiga

Também te adoro!

Felipe Fanuel disse...

Que teodicéia!

Janete Cardoso disse...

Surpreendente e verdadeiro demais!
O mundo tá cheio de religiões com meias verdades, onde a figura do diabo, é mais exaltada do que o nome de Deus.

Janete Cardoso disse...

AHHHHHHH!!!!!!!!!!
Esqueci de te dar um beijo!!!

Elcio Domingues Pereira disse...

Obrigado pela visita lá, Tamy Forever. Deus e o diabo servem pra isso, mesmo, para a ficção, para colocarmos no primeiro tudo o que convencionamos chamar de bem e de virtudes e no segundo todas as nossas abominações, aquelas que não queremos admitir como sendo exclusivamente nossas. Aí inventamos o "rabudo escroto" para culpá-lo. Essa é a nossa patética e covarde realidade, mas, se não fosse assim, o que seria do Papa, do Vaticano, do Edir Morcego e de todos os que se dão bem graças à estupidez humana, né? rs.

Ótima semana, Thamareska!

Elcio Domingues.