segunda-feira, 10 de julho de 2006

Em vão


Ela enviou a carta cheia de palavras amargas e desconfiadas, seu coração ficou aliviado. Enquanto escrevia, pensava, relia e não entendia o motivo. Mas tratou de ajeitar tudo e, talvez, tenha conseguido não transparecer o nervosismo.

Ele recebeu a carta e respondeu absolutamente nada.

Ela, ansiosa, quando o reencontrou tratou de esclarecer a carta. Queria ouvir dele que estava louca e que suas acusações eram falsas.

Ele preferiu não conversar.

Os dois permaneceram abraçados e calados, na estrada. Já dentro do ônibus a caminho da casa dela:

Ela ainda desconfiada.

Ele ainda sem expressão.

Alguns meses depois, na casa dela novamente:

Ela pergunta aonde é que ele vai.

Ele diz que vai sair e volta logo, pois precisa de um tempo sozinho.

Ela se remoe por dentro, acreditando que ele mudou o modo de tratá-la por causa da carta.

Ele sai e não se despede.

Ela corre e faz um mimo nele.

Ele parti sem rumo após retribuir o afeto.

Naquela mesma noite:

Ela deita-se.

Ele a abraça e a pede em casamento.

Ela sorri e diz que sim.

Em um vai-e-vém eles fazem seus planos. Botam tudo em ordem.

Ela, todos os dias pensava no tão sonhado dia do casamento.

Ele? Continuava o mesmo: romântico, carinhoso, atencioso e com menos grana nos bolsos.

Dois anos se passaram e o dia deles, afinal, chegara:

Ela está linda em seu vestido branco e longo.

Ele está inquieto, batendo o pé esquerdo no altar.

Ela entra, a música escolhida toca, todos os olhares são seus.

Ele se encanta e tem a certeza que passará o resto de seus dias com uma grande mulher.

Ela tinha o sorriso mais contagiante e seus pais estavam orgulhosos.

Faltando um passo para chegar no altar e receber o beijo do seu amado... todos se viram para trás por causa do barulho que vinha da porta de entrada. Era Ella, que escondia uma redonda barriga, soltava fogos pela boca e ao mesmo tempo dizia que espera um filho dele.

Ele sua frio e rapidamente cai no chão.

Ela se recorda novamente da carta e de suas desconfianças.

2 comentários:

Adam Flehr disse...

Oba! Hoje eu sou o primeiro...
e pelo horário , vc acabou de postá-lo!!!

Como eu já tinha escrito lá, não se aproveita colheita digna, quando não são deitadas as sementes certas! Acho que é o caso do casal do texto.

B-jos e + b-jos

Anônimo disse...

Oi Tamis, muito bacana teu blog, tu escreve bem mesmo, hein muié!!!
Tem força e contundência sem gastar palavras a toa, gosto deste estilo.



Coloquei o link do meu blog aí, da uma olhada, ele ta super desatualizado, mas um dia eu arrumo.
Ah, se puder, separa um texto teu pra eu colocar lá.
Uma beijoca.