sábado, 25 de julho de 2009

Fardão

Desde domingo, eu estou tão humana. E é terrível. EU fico terrível. Quase irreconhecível. É o exato momento que compreendo sentidamente todas as atrocidades. É como se a minha essência expirasse e restasse apenas esse poder de destruir.

Pode ser que eu diga coisas que as pessoas não estejam preparadas para ouvir, porque, às vezes, me escapa o controle. Às vezes, não quero lidar. Às vezes, deixo fluir.

Como agir tendo consciência do seu próximo passo e de outrém, com a razão do saber do momento ou fingir naturalidade? Ser capaz de absorver tudo ou viver comumente, simulando erros? Fazer uso do idioma que eu quiser ou apenas do português popular? Seduzir quem me interessar ou permitir que alguns se aproximem na crença que tiveram escolha? Impedir um acidente ou não obstar a fatalidade? Ser permanentemente imponente ou decorar a timidez? Aniquilar (tod)o mundo ou auto-destruição?

Eu só sei que opto por viver anonimamente, porque só uma ínfima parte de mim é humana. [até posso ouvir o coro: graças a Deus!]








Eu não aguento mais ouvir o que você diz
Do teu jeito de profeta lá da Praça Paris
Esse jeito de ser o que você queria ser, mas não é
– Oswaldo Montenegro

Um comentário:

DBorges disse...

Essa ínfima parte faz diferença.


;*